Não gostam de rótulos mas são a geração que se vê confrontada com os prazos de validade dos problemas que ficaram por resolver: a transição energética, a neutralidade carbónica e tantos outos passos que agora têm de ser dados a contrarrelógio.
Nascidos entre 1997 e 2012, a Geração Z representa 25% da população mundial e corresponderá a 27% da força de trabalho até 2025. “Das alterações climáticas às injustiças sociais, são eles a geração que poderá ter a última palavra sobre o futuro da sociedade e da humanidade.” (A-GEN-Z Report)
Um estudo da Oliver Wyman Forum, intitulado “A-GEN-Z Report, What Business Needs To Know About The Generation Changing Everything”, retratou os sentimentos, preocupações e quem são os jovens que fazem parte da Geração Z. A pesquisa contempla uma amostra de 10.000 pessoas, dos Estados Unidos e do Reino Unido.
São a geração mais racial e etnicamente diversificada, mais instruída, mais digitalmente experiente e mais global da história, mais, mais e mais! O não-conformismo e a rejeição de rótulos, tradições e o status-quo está-lhes no ADN.
Enquanto as principais preocupações dos Millenials recaíam sobre a habitação e o emprego, as questões ambientais, como as alterações climáticas, são as prioridades da Geração Z.
Enquanto consumidores, os jovens da Geração Z conseguem detetar a olho nu o ativismo performativo, como o greenwashing (utilizar as questões ambientais de forma meramente performativa, no sentido de aumentar as vendas), e denunciar estas práticas. É exigido às marcas que tenham políticas transparentes, que participem no diálogo sobre alterações climáticas, igualdade de género e injustiça racial. Esta geração presta atenção a compromissos reais.
Apesar de utilizarem os meios de comunicação tradicionais como a televisão e as plataformas noticiosas online e impressas, as redes sociais são a sua principal fonte de notícias (60%). A diversidade de pontos de vista é um dos pontos positivos apontados pelos inquiridos, que têm também consciência de que todas as informações têm de ser verificadas mais que uma vez.
Embora se envolvam cada vez mais em protestos públicos, os membros da Geração Z também reconhecem o valor de publicar nas redes sociais e conversar com amigos – forma de disseminar a mensagem e criar impacte com pequenas ações. Apesar da sua descrença no governo e nos meios de comunicação social estar a aumentar, acreditam que as grandes instituições têm a responsabilidade de agir e de participar ativamente na ação climática.
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mais propensos do que outras gerações a protestar
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mais prováveis de se empenharem numa causa com representação coletiva
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consideraria outros empregos se o empregador não estivesse envolvido em questões sociais
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mudaria de marca se a marca tivesse uma postura oposta à sua em determinadas questões
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Malala Yousafzai, ativista pela educação no Afeganistão, Amika George, ativista pela pobreza menstrual e Greta Thunberg, ativista sueca pelo clima, são símbolos que materializam as inquietações dos jovens e a sua disposição para agir.
As redes sociais são uma das suas ferramentas de eleição para alavancar a mudança. Para além das redes sociais aumentarem a probabilidade de interagir com determinado tópico, estas também têm também um impacte nas opiniões e pontos de vista formados pelos jovens.
Um exemplo real que demonstra o poder das redes sociais na ação climática é o de Greta Thunberg que, em apenas 16 meses na internet, conseguiu motivar 4 milhões de pessoas a juntarem-se a si naquela que foi a maior manifestação pelo clima da história.
Com ativistas e movimentos com que se identificar, e com ameaças climáticas, sociais e políticas que os afetam, a Geração Z tem mais probabilidade do que outras gerações de acreditar na sua capacidade individual para fazer a diferença. Acreditam que a resolução dos desafios existenciais da atualidade está também nas suas mãos e não somente nas mãos das instituições estabelecidas